Encravados noite adentro
Na minha aflição.
Meu sombrio dilema:
Me reinventar a noite?
Ou perturbar seu dia?
Hoje,
Sou cabana esquecida no
meio do lago
E a solidão de tocaia me
abraça.
Presa fácil
Nos seus tentáculos de palavras afiadas,
Nos seus tentáculos de palavras afiadas,
Privando minha reação,
Despedaçam-me.
Hoje,
Sou pequenos pedaços
soltos no ar,
Pedacinhos de azul
atropelando o céu.
E voei
Com os pássaros
Que brincavam de beijar a luz do sol,
Que brincavam de beijar a luz do sol,
Luz que traduzia em cores
Meu destino,
De uma paixão
materializada no vento,
As vezes forte,
avassaladora.
As vezes suave, como o
respirar.
E voei mais alto
E o aroma que me envolvia
Era de liberdade,
Era de liberdade,
Que contagiava as flores,
Folhas e qualquer olhar.
E assim, dançamos...
Ao som do silente ventar.
Essa música, tímida e
inebriante,
Embalava os fragmentos da
minha demência.
Não queria mais ser
limitada
Estátua de carne.
E sim, e sempre,
Luz e cor.
E tocar seus sonhos
E estar em tudo no seu
olhar.
Uma ação distante
Disfarçada de beijo,
Pra ferir, de forma
irreparável,
O meu destino.
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