Óculos escuros filtram
A luz amarela e quente que reflete
Alegria
Entorpecida,
Não
sinto minhas pernas,
Ligo
o piloto automático
E
as lembranças surgem a todo instante,
Contraindo
involuntariamente os músculos da minha face.
Sorrio
sozinha.
No
som,
Led
Zeppelim canta “Stairway
To Heaven”
Remetendo
à década de setenta,
Quando
nascemos.
Nascemos
para o mundo
E
nos perdemos.
Hoje
temos esses momentos juntos,
De
fuga
Acelero,
Ultrapasso,
Motoqueiros
selvagens,
Em
sentido contrário.
Entorpecida
demais,
Estou
a guiar.
Sei
onde vou chegar.
É
só seguir em frente, sempre.
Mas,
a sua boca macia,
Me
tira a atenção,
Saio
do prumo,
O
corpo treme... exaustão!
Fuga,
Ostentação,
Visto-me
de carinho,
Não
economizo elogios.
Sem
reservas, você,
Doa-se
para mim.
Translúcido
o vejo inteiro.
É
um presente generoso até o fim.
Ainda
estou entorpecida,
A
guiar na estrada.
E
todo o verde lá fora,
Parece
muito mais bonito agora.
Quero
fechar os olhos, mas não posso.
Quero
lembrar dos teus,
Intensos
a mirar os meus.
O
que procura dentro de mim?
Será
que abusamos?
Já
caiu a ficha?
Estará
agora analisando melhor os riscos?
Estará
planejando nunca mais me ver?
O
que seria da paixão, não fosse o medo?
Medo
do outro desistir.
Medo
de uma tragédia,
A
estrada é feita de inúmeras armadilhas.
Olhar
na estrada comprida… o dia claro.
Longas
horas a divagar… a cautela.
Trouxeram-me
em segurança… a chegada.
O
pensamento leve em você... o destino.
Vou
desfazer a mala,
Será
que o meu vestido guarda vestígios seus?
Marcas
das suas mãos ou impressões dos seus lábios?
Eu
deveria ter ficado com aquela sua camiseta branca.
A
sua essência, meu bem,
Naquela
camiseta branca,
É
tudo que eu preciso
Pra
continuar, entorpecida.
Eliane Rudey
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