Pelas ruas marrons
Da pequena cidade encardida
A garota de bicicleta verde
Veio de novo me visitar
Nem me lembro da última vez
Mas dessa eu não esperava
Estava de férias
Praia do Atalaia
Pará
E lá estava ela
Desfilando no palco
Dos meus pensamentos
Nostalgia
Agonia
Aquela pobre garota ingênua
Está sempre a espreitar
O que ela quer de mim?
Que revelações ainda restam?
Pedalando
Pelas
ruas marrons
Da
pequena cidade encardida
A
garota de bicicleta verde
Em
tempos passados andava distraída
Pedalando
no mundo da lua
Desconhecia
a maldade
Ignorava
a miséria
Não
tinha noção da crueldade
Mas
sentia na pele a dor da violência
Cotidianamente
Cotidianamente
A
que era submetida
Agora,
A
todo instante volta pedalando
Pra
me dizer
Pra
seguir adiante
Romper
as amarras
Não
continuar encarcerada
Nas
artimanhas e controles
Daqueles
que imaginava amar.
Pedalando
Pelas
ruas marrons
Da
pequena cidade encardida
A
garota de bicicleta verde
Quer
me libertar.
Eliane Rudey
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