Entregar-se
Ao chamado
Que vem
Do vento
(Eliane Rudey - 20.03.2024)
Canto sim
Quando sinto vontade
E não devo satisfação
Ao interesse inoportuno
Do volume da minha voz
Ou se está afinada
Com a simpatia alheia
(Eliane Rudey - 03.03.2024)
Um corpo
Violentado
Acaba por se acostumar
A ser menosprezado
Pelo outro
E por si mesma
Superar traumas
É um aprendizado
Confuso
E demorado
Um exercício
Diário
E persistente
De amor próprio
(Eliane Rudey - 03.03.2024)
Se meu corpo
É templo
A comida
Deve ser a oferenda
Diária
Preparada com cuidado
Bonita
Saudável
Nutritiva
Para agradar
A Deusa que habita
Meu interior
(Eliane Rudey - 03.03.2024)
Amar sempre
Respeitar-se
E se fazer venerar
Cuidar-se
Com carinho
Desse corpo
Que é templo
(Eliane Rudey - 03.03.2024)
As vezes
A dor de ser maltratada
Era tão insuportável
Que a morte
Parecia irresistível
Uma fuga aprazível
Um lugar seguro
(Eliane Rudey - 03.03.2024)
Liza,
Você é meu amor,
Meu amor de alma,
De muitas vidas…
Eu sei disso,
Eu sinto.
E amo assim,
Casualmente,
Com os olhos,
O jeito que você vem,
O jeito que você sorri,
Os exageros dos detalhes
Todas as folhas verdes
Emoldurando sua casa
Amo o Cesar Augusto
Suas milhares de irmãs
Sua agenda lotada.
E, por fim,
Amo que será a minha vizinha.
Feliz aniversário!!!!
(Eliane Rudey - 21.01.2024)
Tive encontros
E perguntas
Respondidas
De forma muito gratificante
E fui consolada
De maneira carinhosa
Por mim mesma
(Eliane Rudey - 14.02.2024)
Criança perdida no tempo
Nos pensamentos límpidos
De águas rasas
Que cobrem cicatrizes
Guardo feridas ardendo
Em algum lugar
Que procuro esconder
De olhares mais profundos
(Eliane Rudey – 08.02.2024)
Coisas que o tempo ensina
Falar demais
Escrever demais
Gestos cegos
Gritos mudos
Não fazem mais sentido
(Eliane Rudey - 07.02.2024)
De relance
Senti um rompante de vergonha
Do tempo que eu era dada a vaidades
E pra tudo
Queria me amostrar
Não era por nada
As palavras brotavam fortes
Como se fossem semeadas
Em canteiros férteis
E todos os dias
Saltavam aos olhos
Da camponesa afoita
Por reciprocidade
(Eliane Rudey – 06.02.2024)
Não diga
Ao vento
Palavras vazias
Tentando me alcançar
O vento sabe correr
Eu, só sei engatinhar.
(Eliane Rudey)
Memórias distorcidas
Cegam meus dias
Atrapalham minhas noites
A dor dilacera meus sentidos
Confundo tudo
Choro com riso
Amargo com doce
Ilusão com delírio
Um domingo interminável
Acendendo velas
Chorando pro sol
Conversando com o cimento frio
Por que sinto tanto a sua falta
Se muitas vezes era cruel comigo
Sou mais uma vítima
Da síndrome de Estocolmo?
Sigo triste
Sonhando com você.
e, assim,
Todas as noites
Me ensinas coisas
Aconselha-me
Tudo que desejei em vida
Se concretiza nesse acaso
Acaso minha mente me engana
Acaso tudo que quero é recordar-te
Vivendo
Forte
Gentil
Generoso
Ensinando-me coisas
Acaso minha mente está inventando
Um pai perfeito.
Eliane Rudey
22/05/2022
Eu tinha criado Pro meu filho O lugar perfeito Que tanto desejei viver Livre de preconceitos Ele conhecia Respeitava e Era como um escud...